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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Textos trabalhados no dia 25 de agosto de 2009.

Bicho de Sete Cabeças
Zeca Baleiro

Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...
Não tem dó no peito
Não tem jeitoRP
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças...
Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça)
Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça)
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito (Não dá pé, não é direito)
Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso)
O que você me fez desapareça (E você fez um)
Cresça e desapareça... (Bicho de Sete Cabeças)
Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!


Grande África
Martha Medeiros

"Você lembra quando a sua mãe dizia pra você baixar o volume da eletrola? Você ria na cara da coroa. É três-em-um. mãe. Três-em-um! Pois hoje quem chama o som de três-em-um merece ser empalhado e doado pra um museu de história natural, e quem chama a mãe de coroa também. Nada revela mais a nossa idade do que o vocabulário. Um amigo meu chegou a fazer uma lista de expressões que foram vencidas pelo tempo, mas meu maior fornecedor era Paulo Francis, que em suas crônicas usava e abusava de termos datados da década de 60. As crônicas de Nelson Rodrigues, tão bem adaptadas para a tevê, também fazem um retrato perfeito da época através da linguagem. Mas como muita gente não gosta nem de Francis, nem de Nelson Rodrigues, o jeito é fazer uma sessão nostalgia, você sabe onde: na casa da coroa.
É lá que voê ainda vai ouvir que sua calça de brim está imunda e que é preciso chamar um auto da praça para levá-la à rodoviária. Mas não ache muita graça. Se abrir o seu diário de adolescente ou reler as cartas que escrevia quando se achava a mais moderna dos mortais, vai encontrar um baú de expressões que, não fazia muito tempo, estavam na crista da onda.
"Querido diário. Ando meio jururu. Não fui convidada para o bota-fora da Penélope. Ah, grande Africa. A festa vai ser numa big de uma casa, mas isso não quer dizer chongas. A Soninha me contou que vai todo mundo na maior estica e que o Rodrigo vai pegar a caranga do pai dele escondido. Credo, se ele for pego na tampinha vai ler o maior carão. Ou até uma sova. A turma acha que eu estou borocochô. Uma pinóia. Só quero sossegar o pito. Se me der na veneta, vou até lá para tirar um sarro, mas entrar na baia eu não entro, que eu não sou furona, e depois, lá só vai ter bocó. Os amigos da Penélope são todos uns bitolados, uns bodosos, não entendem patavina de nada. Eu sei por que a Penélope não me convidou. Ela é gamada no Sérgio, e ele está dando lance em mim. Outro dia foi me buscar na saída do colégio na maior beca e não deu a menor pelota para a Penélope. Aziras. Não tenho nada a ver com o peixe. Nem tô para aquela desgranida."
Atire a primeira pedra quem nunca falou assim. Eu mesma me pego, até hoje, usando umas expressões antigas que continuo achando bacana. Mas reciclar é preciso. Sair por aí dizendo que o último filme do Scorsesse é do arco é atestar total incompatibilidade com a mídia. Tome umas aulas com a MTV.
Portanto, gurizada medonha, não riam de suas avós, não riam de suas mães, de seus pais, de seus tios. Amanhã o vocabulário de vocês estará morto e enterrado e ainda assim vocês insistirão em dizer "zoar", que já vai ser total careta. Dizer que o cara está caidaço ou que a garota é uma naja vai fazer seus silhos rolarem de rir. Você vai contar como conheceu os pais deles? Que "ficou" com ele no Planeta Atlântida? Eles vão ter um treco. Vão achar que vocês se conheceram no fundo de uma caverna, isso sim.
O vocabulário da hora (lembra "da hora"?) não resiste a mais de uma geração. Às vezes, nem a um único verão. Fazer o quê? Continuar tagarelando do jeito que se sabe, com as palavras que encontrar. Só não vale fechar a matraca."

Relatório 25 de agosto de 2009.

Roteiro TP5 25 de agosto de 2009

Nosso encontro foi bastante produtivo e nos detivemos na coerência textual, visto que, estamos cercados de textos "coerentes" e "incoerentes". Fizemos a leitura do texto "bicho de sete cabeças" para iniciar as discussões.


1 – Leitura dos textos de Martha Medeiros;
2 – música: bicho de sete cabeças;
Coesão e coerência
3 – Oficina de textos;
4 – Quem mexeu no meu queijo – Spencer Johnson;
5 – Projeto;
6 – Exercícios (pag. 162);
7 – Oficina (pag. 257)
* Slogan
* imagem
* texto persuasivo e uso de figuras de linguagem

domingo, 23 de agosto de 2009

Doce Retorno





O Gestar II em Itaboraí parece que não parou, tal o entrosamento entre os cursitas e as formadoras. Logo no primeiro dia, conversamos a respeito dos futuros projetos e iniciamos as discussões propostas no TP5 sobre Estilística e Coesão/Coerência.
O Encontro se deu da seguinte forma:

1 - Apresentação de slides com imagens de personagens de filmes antigos.
(fizemos um amplo debate a respeito da importância da imagem e da linguagem para composição do estilo. Aproveitamos a oportunidade para comentar a respeito das propagandas de um modo geral e como a propaganda se vale de estilos distintos com a intenção de persuadir o leitor).
Alguns cursistas já haviam lido Norma Discini e ampliaram a discussão.

2 - Fizemos a atividade da página 17;

3 - Lemos alguns textos do TP5 (páginas 43, 54 a 57);

4 - Fizemos uma Oficina com o objetivo de constatar a coerência entre textos diferentes. (Releituras)

Oficina:

Os cursistas receberam alguns poemas de Manuel Bandeira e algumas revistas. Deveriam fazer uma colagem em uma cartolina com imagens que remetessem ao poema escolhido por eles (apenas um poema por grupo).
A culminância se deu quando os grupos apresentaram os textos não-verbais aos demais colegas que deveriam tentar, por meio da observação, dizer que texto havia sido recriado.

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